Queimando divisas: “Liamba” na Diversificação da Economia Angolana

Uma das edições da revista Forbes Portugal, veio com o tema “Corrida à Canábis”, e ainda na capa veio a seguinte descrição:

“Investidores de todo o mundo e até barões da política nacional, todos querem um pedaço do filão do ouro verde”. O rosto da capa é o empresário Brendan Kennedy, que já gastou US$100 milhões para investir na plantação de canábis em Portugal, afirmou que “A Canábis vai revolucionar o sector farmacêutico”.

Numa outra citação do jornal de Angola, anuncia que a Polícia Nacional destruiu recentemente dez hectares de estupefacientes, conhecido em Angola por Liamba (Canábis). 

Queimando Divisas

É sabido por todos angolanos que a província de Malanje é o berço da “Liamba” em Angola, devido ao seu solo fértil para cultivo. Se a nota acima diz que dez hectares foram destruídos no Bengo, imagina quantos podem ter no território do berço da Canábis em Angola?

Estava a acompanhar um debate de empreendedores ou como muitos dizem “Os gajos que têm olho na massa (dinheiro, money)” aonde analisavam a matéria da destruição dos dez hectares de Liamba no Bengo. Um deles fez a seguinte pergunta para o grupo: “O que é que um empreendedor faria?”. Um respondeu com uma boa pergunta e afirmação “Estão a perder dinheiro, porquê é que não exportaram?”. O outro deu quase a mesma resposta, sugerindo que a “colheita e a exportação seria uma óptima aposta” devido a utilidade deste, na indústria dos fármacos, assegurou.

Os comentários diziam que “não temos leis” o que é verdade, “uma lei e licença que permite plantar e exportar seria bom”, aumentando assim a percentagem das importações, fazendo com que “a venda resultasse em boas receitas, e posteriormente reinvestida no sector agrícola”, por exemplo.

Atenção que isso não é um apelo a legalização da liamba, mas sim ao cultivo e a exportação dela.

Foto: reprodução
 

Diversificação da Economia 

 

Como conseguiríamos investimento privado e estrangeiro através da produção da Canábis?

Brendan Kennedy, empresário norte-americano, é um exemplo de investimento privado estrangeiro.

Vejamos os benefícios que alguns países têm obtido no sector, e como poderemos conseguir, se experimentarmos os passos que se seguem.

Por exemplo, a Holanda legalizou o uso da Liamba em pequenas quantidades e, como resultado, diminuiu drasticamente o nível de consumo, traduzindo na atracção de mais turistas que gostam de usá-la, e não podem fazê-lo no seu país de origem por ser ilegal, então programam sempre umas férias e viajam para a Holanda. Aumentando assim as receitas do país através do turismo, mas tendo como base a Liamba.

Os Estados da Califórniae Colorado nos Estados Unidos da América, também aumentaram suas receitas com a legalização da Liamba igualmente em pequenas quantidades, mantendo assim o maior controle na circulação da mesma.

Uma mudança na legislação poderia ser feita por fases, primeiro legalizar a plantação e exportação e numa segunda fase legalizar o consumo em quantidades pequenas (mas a parte do consumo em quantidades reduzidas não é prioridade de debate).

Além da receita com as exportações, há aplicações médicas sobre a Canábis pelo seu uso no fabrico de produtos naturais. Por exemplo, a liamba tem componentes que fortalecem o couro capilar e os chás feitos com essa planta são usados para fins medicinais.

Reflictamos seriamente nisto, pois existem várias formas do nosso país angariar receitas a longo prazo, e essa planta pode ser uma das soluções de diversificação da economia angolana.

Actualmente mais de 40 Países legalizaram a Canábis medicinal, e estima-se que nos próximos anos, mais Países terão de alguma forma autorizado o uso da erva para diferentes fins.

 

 

 

Texto escrito por Adilson Dala, Estudante de Ciências da Computação, Criador de Conteúdos e Co-fundador da Menos-Lixo.

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