MAER CARVALHO: Deixei a Música mas a Música Nunca me Deixou

Maer Carvalho

Após 4 anos, Maer Carvalho volta ao grupo Dream Boyz

O seu regresso ficou comprovado com o lançamento da nova música do grupo intitulado “Feliz Sem Mim”com participação de Cef, que conta já com quase 60.000 visualizações no youtube.

O seu regresso foi anunciado no primeiro grande show do grupo Dream Boyz realizado em Setembro de 2019, em homenagem ao músico, compositor e produtor Filemon Júnior Buza.

Em entrevista à “Koffie Luso”, Maer Carvalho fala de como surgiu o grupo e da sua volta ao mundo da música. Entre os vários motivos da sua volta ao grupo, o principal é honrar o seu amigo Fill Jr.

Maer Carvalho

 

Quando e como surgiu a paixão pela música? Que influência teve?

Eu sempre amei música, quando pequeno meu pai e meu tio punham a tocar muito rock, e com 12 anos comecei a ouvir muito RnB e Hip Hop. Na altura comecei a descobrir novas emoções, a primeira paixão, e para lidar com as frustrações era para esses géneros que eu me voltava mais. A primeira vez que eu comecei a gostar de uma rapariga descobri que tinha jeito para escrever poemas, e com o tempo juntei o útil ao agradável, e comecei a escrever músicas de rap, então assim nasce a minha paixão pela música.

 

Ainda lembra da primeira música que gravou ou gravaram como grupo Dream Boyz? Qual foi?

A primeira música foi “Vou te Amar Também”, foi essa música que originou o grupo Dream Boyz, na altura todos nós tínhamos vontade de cantar e já cantávamos, mas essa música foi ideia do Fill, ele pôs o Mallaryah e o Manda a cantar e depois eu intrometi-me no som, disse que ia abrir o som. O Fill levou a música para casa e apercebeu-se que trabalhávamos bem em conjunto e que devíamos formar um grupo. Então formamos o grupo, provavelmente por 3 ou 4 meses ainda não tínhamos um nome para o grupo.

 

E quais foram os nomes que pensaram para o grupo na altura?

Na altura já éramos um grupo, convivíamos e trabalhávamos juntos mas sem pensar num nome, já existia a “Wonderboyz”, que é a produtora de áudio e de videos, mas houve um dia em que convidamos um amigo o “Young P” para participar de uma música nossa, ele no princípio errou, em vez de dizer Wonderboyz ele disse Dream Boyz, e nós olhamos uns pra os outros e pensamos, pronto “Dream Boyz”, depois disso é que começamos a pensar em outros nomes. 

Lembro-me que estava na escola, ainda no ensino médio, e o Fill ligou para mim e disse: olha, esse nome “Dream Boyz” é muito complicado pra Angola, as pessoas não vão conseguir pronunciar. Então o outro nome que ele pensou foi “ZIP ZAP” [risos], eu logo disse que esse nome não fazia sentido, e o grupo não concordou com esse nome.

Ninguém trouxe um nome melhor, então continuamos a ser os Dream Boyz”.

1º CD do grupo Dream Boyz – Encaixe Perfeito

 

Qual foi momento em que teve a certeza da sua volta ao grupo? O momento em que sentiu que devia voltar?

Foi no dia do acidente, estávamos lá os três no óbito, e a namorada do Manda Chuva olhou pra mim e disse: Agora tu vais ter que voltar!” (disse isso em segredo), mas eu já estava a pensar nisso. Quando voltei para casa fiquei com isso na mente, eu sabia que era minha missão voltar, era uma obrigação minha voltar.

 

E Como sentiu-se no show que além de ser primeiro grande show dos Dream Boyz em homenagem ao Fill, foi também a confirmação da sua volta ao grupo?

1º Eu senti-me super feliz por estar acontecer; 

2º Senti-me super triste por ele não estar presente, era um sonho dele, que foi o último post que ele fez no instagram;

3º Senti-me como se já não praticasse algum esforço durante muito tempo e tivesse voltado a praticar logo a seguir. 

Então foi uma mistura, senti-me bastante cansado porque a preparação do show foi bastante cansativa, já estávamos praticamente 24h sem dormir. Foi uma mistura de sentimentos! Mas no final foi um sentimento de dever cumprido, conseguimos presentear o nosso irmão com o que ele desejava.

 

Como foi voltar ao estúdio e gravar depois de 4 anos?

Eu deixei a música mas a música nunca me deixou. Continuava a ir ao estúdio mesmo sem gravar, mas voltar a gravar com eles foi um sentimento de…“imagina uma criança num parque de diversões!”, essa foi a sensação.

 

Quando estreia a vossa próxima música? O titulo é “Pipocar”?

Nós temos praticamente 15 a 16 novas músicas, lançamos em Janeiro o vídeo “Feliz Sem Mim”, talvez iremos lançar 2 músicas em Fevereiro. O “Pipocar” que é capaz de sair no dia 3 de Fevereiro que é o dia de aniversário do Mallaryah que por acaso é também o meu aniversário. Mas estamos a ver, porque temos ainda a música “Tá Falar Chinês” que é capaz de sair também em Fevereiro. Temos ainda muita música para lançar.

 

E Qual será o próximo passo? O que espera do futuro?

É interessante fazeres essa pergunta! Espero que o futuro seja brilhante conforme os nossos sonhos são. Nós estamos focados em orgulhar… sabemos que o Fill, nosso irmão, está lá em cima a olhar pra nós, porque esse é o grupo que ele formou, é o sonho dele e vamos elevar o sonho dele. Então nosso objectivo é fazer aquilo que ninguém nunca fez, é para aí que nós estamos a olhar, quiçá até sermos os primeiros angolanos a ganhar um Grammy, que é o maior prêmio de música do mundo.

Dream Boyz. Foto: cedida

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