IndieLisboa realiza sessão de antevisão da retrospetiva de Sarah Maldoror

Foto: indielisboa

O IndieLisboa 2021, vai realizar no próximo dia 30 de Abril, na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, uma sessão especial de antevisão da retrospetiva da pioneira cineasta francesa Sarah Maldoror, que morreu no ano passado vítima de Covid-19. 

Esta exibição marca a reabertura das salas e acontece na semana que seria a de início do festival, antes do seu reagendamento. 

“Fogo, L’Île de Feu” (1979), “Un Carnaval dans le Sahel” (1979) e “A Bissau, le Carnaval” (1980) são as três curtas metragens de Sarah Maldoror que serão apresentadas nesta sessão especial, em introdução à retrospetiva do trabalho da cineasta, que será apresentada durante 18ª edição do IndieLisboa, de 21 de agosto a 6 de setembro, numa co-programação do IndieLisboa e da Cinemateca Portuguesa.

As três curtas metragens em exibição foram filmadas em Cabo Verde e na Guiné-Bissau, na transição para os anos oitenta. Nelas e através delas, Sarah Maldoror explora o significado de uma identidade africana, a sua história e cultura através das festas e manifestações populares, conferindo grande destaque ao Carnaval.

Como no último destes filmes afirma Luís Cabral, “foi a capacidade de resistência cultural do nosso povo que nos deu a força necessária para conduzir a resistência política e militar”. O papel essencial da cultura é assim revelado pela força e beleza das máscaras e pela música e dança que as acompanham, como o será em toda a posterior obra de Sarah Maldoror que poderá ser vista durante o festival. 

A sessão terá lugar na Sexta-feira, 30 de Abril, às 19:00, na Sala M. Félix Ribeiro, na Cinemateca Portuguesa. Os bilhetes podem ser adquiridos através da bilheteira da Cinemateca. 

Sobre a Cineasta

Filha de pai antilhano e mãe francesa, Sarah Maldoror nasceu em 1929 em França e morreu a 13 de Abril de 2020, aos 90 anos, em decorrência de complicações de Covid-19.

Poeta e cineasta maior da causa da libertação africana, Sarah Maldoror começou sua carreira com o curta “Monangambé” de 1969, inspirado numa novela do escritor angolano José Luandino Vieira. Gravado na Argélia, o filme foi selecionado em 1971, para a ‘Quinzena do Diretor’ do Festival de Cannes, representando Angola.

Uma das suas maiores obras é o longa “Sambizanga” de 1972, que retrata a guerra colonial pela libertação de Angola, também inspirado numa novela de Luandino, “A Vida Verdadeira de Domingos Xavier”. “Sambizanga”, teve como coargumentista o sociólogo e poeta Mário Pinto de Andrade, fundador do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), e companheiro da cineasta, com quem teve duas filhas Annouchka e Henda.

Seu trabalho é frequentemente incluído em estudos sobre o papel das mulheres africanas no cinema africano, por ser uma das primeiras mulheres a dirigir uma longa-metragem na África.

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