‘Sankofa & Afrofuturismo’, primeira exposição de artes gráficas de Délcio Caiaia
Cláudia Cassoma, escritora e poetisa angolana, estudante do curso Pedagogia e Ensino Especial na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos da América, aonde reside há 8 anos, é a nossa entrevistada especial em alusivo ao Mês das Mulheres.
A escritora de 27 anos, com diversos prêmios e condecorações, falou-nos sobre o seu repertório literário, que conta já com sete obras próprias e nove obras participativas, e também da criação e participação em vários projectos sociais.

Quando é que começou a escrever?
Bem, penso que pela primeira classe já sabia escrever alguma coisa, tendo em conta o ano de ensino particular (explicação) antes do meu ingresso ao ensino primário. E isso foi bom! Mas, foi na quinta classe que recebi meu primeiro incentivo à prática da escrita criativa. Até hoje lembro o rosto e o nome da minha professora de Língua Portuguesa embora não lembre suas palavras na exactidão. Depois disso um outro professor elogiou outro trabalho académico — isso já na nona ou décima classe — sugerindo que pesquisasse mais sobre literatura na esperança que me interessasse. E assim foi.
Só em 2013, onze anos depois, publiquei meu primeiro livro. E, acho que aí sim, comecei a escrever como tal — me baptizando escritora.
Como caracteriza o seu estilo literário?
Se considerarmos o sentido literal do termo, acho que tenho em minhas obras uma mistura de realismo, romantismo e simbolismo. As vezes também vejo um pouco de Parnasianismo. Já vês, por isso não gosto de restrições [risos]. Há um pouco de tudo no meu trabalho. Amo fazer pesquisas, trocar ideias com outros na área, ler; e tudo isso me ajuda a expandir o meu trabalho.
Se considerarmos os géneros literários, no meu trabalho encontraremos os três maiores grupos: o épico-narrativo, o lírico, e também o dramático. Como exemplo tenho os livros “Ahetu: Vozes Desprendidas” e “Pretérito Perfeito”, respectivamente.
Mas, como disse, continuo explorando. Com cada trabalho me desafio a fazer algo diferente, e gosto disso.
Das suas 7 obras literárias, qual é a sua preferida? E porquê?
Ah, sacanagem!
Eh, será que posso dizer isso [risos]?! É bem assim que me sinto, bem contra a parede.
Me convenço de que não tenho um livro favorito. Os pais normalmente dizem que não têm filhos preferidos; então, se for verdade, é assim que me sinto [risos]. Uma coisa sim é verdade, normalmente o livro mais recente que lanço recebe um carinho especial isso porque sempre trabalho três vezes mais nos trabalhos mais subsequentes. Auto-superação é sempre um dos meus maiores objectivos!
Mas, já que insiste na pergunta, vou dizer bem baixinho, pra não machucar os outros: o “AHETU: VOZES DESPRENDIDAS” faz meus olhos brilharem do jeito que os outros não fazem, talvez pelo tema, que é muito importante pra mim; pelos feedbacks que até agora recebo; até mesmo por ser minha primeira e única prosa até então. O “NOT FOR FLOWERS” não fica tão longe disso.
Tem Projectos literários para esse ano?
Ah, e como tenho!
Esse ano criei uma ementa de publicação um quanto longa e o desafio agora é cumprir cada meta.
Já agora, uma vez que vocês estão a ser uns amores comigo, deixa-me aproveitar revelar um dos lançamentos que tenho previsto para esse ano.
Alguns leitores do meu blog, até os que só deambulam pelo site, já conhecem o personagem Kalei. O meu favorito [risos], amo ele! Então, ele vos vai ser entregue ainda no meio desse ano, bem nas linhas do livro “CANTARES DE KALEI”. Estou super ansiosa. Não imaginam a ginástica que estou a fazer para esperar até a data, mas lá chegaremos.
Ah! Lancei o AMOR, SONETOS?! — terceiro livro da colecção meu Valentim — no dia 1 de Fevereiro. Tenho outros livros a receberem os últimos “retoques”, mas seria prematuro adiantar qualquer detalhe. Mas não se preocupem que o maior já foi anunciado: Kalei — o amor da minha vida [risos] — finalmente vem aí.

Qual é o seu maior mercado? Tem maior adesão em Angola ou nos Estados Unidos da América?
E os livros são traduzidos para inglês?
Quem é o seu escritor favorito?
Para além de escritora dedica-se a outros Projectos sociais. Quantos Projectos tem em carteira? Confesso que enquanto pesquisava, foi difícil acompanhar a quantidade de programas em que trabalha.
Olha, confesso que quando tento organizar os projectos me perco. Mas, a confusão está quando tento decifrar os projectos dentro do projecto “FAÇA O BEM LENDO O MAIS” que alberga muitos outros projectos. Então é assim, por agora tenho três projectos principais: SmallPrints, que é a organização não governamental; o The YA Project, que é um projecto artístico de acção social; e o “FAÇA O BEM LENDO MAIS”, que é minha forma, como escritora, de incentivar a leitura promovendo e apoiando práticas de interesse social e comunitário. Agora, dentro desse último, tenho o Projecto Ahetu e o Projecto Meu Valentim.
No caso de vos ter confundido mais, é só visitar o site [risos].
Atenção, esses são projectos iniciados por mim. Por outro lado, estou também envolvida com a organização internacional “I, Africa” — na capacidade de Directora de Projectos.
Ah! Confundi mais, deixa parar [gargalhadas gigantes].
Como estamos no março mulher, que conselho ou mensagem deixa a todas mulheres?
Um dos objectivos do Nosso Magazine é “incentivar crescimento pessoal e profissional”. Que conselhos daria a quem está a dar os primeiros passos no mundo literário?
Redes Sociais – Claudia Cassoma
Site: www.claudiacassoma.com
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Autor
Koffie Luso
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1 Commentário
danny is a struggling actor (adam baratta).