‘Sankofa & Afrofuturismo’, primeira exposição de artes gráficas de Délcio Caiaia
A 11 de Novembro celebra-se o Dia da Independência de Angola, proclamada em 1975 pelo primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto.
Na época, o controlo de Angola estava dividido pelos três maiores grupos nacionalistas: MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) e FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), pelo que a independência foi proclamada unilateralmente, pelos três movimentos.
O MPLA que controlava a capital, Luanda, proclamou a Independência da República Popular de Angola às 23h de 11 de Novembro de 1975, pela voz de Agostinho Neto: “diante de África e do mundo proclamo a Independência de Angola”. Culminando assim a jornada independentista, iniciado no dia 4 de Fevereiro de 1961, com a luta de libertação nacional, estabelecendo o governo em Luanda com a Presidência entregue ao líder do movimento.

Holden Roberto, líder da FNLA, proclamava a Independência da República Popular e Democrática de Angola à meia-noite do dia 11 de Novembro, no Ambriz, na Província do Bengo.
Igualmente, a independência foi proclamada em Nova Lisboa (Huambo), por Jonas Savimbi, líder da UNITA.

HISTÓRIA
Em 1482, os portugueses chegaram as costas de Angola sob o comando do navegador Diogo Cão, que encontrou um Reino estruturado (Reino do Congo), formado pelos povos bantu. Os portugueses estabeleceram uma relação de trocas comerciais com os soberanos do Reino.
Essa relação foi quebrada quando o explorador Paulo Dias de Novais começou a ocupação directa da orla marítima, dando início ao tráfico de escravos. Em 1575, funda Luanda (actual capital de Angola) com a designação de São Paulo de Loanda.

Angola foi delimitada como colónia portuguesa na Conferência de Berlim de 1885, tendo conquistado a Independência em 1975, após mais de 500 anos de colonização portuguesa e depois de 10 anos de luta de libertação anticolonial.
LUTA ARMADA DE LIBERTAÇÃO
Nas décadas de 50 e 60, depois da segunda guerra mundial e da criação das Nações Unidas, mais de cinquenta colónias se tornaram nações independentes, mas a ditadura do regime de Salazar em Portugal impossibilitou a independência das colónias portuguesas, o que estimulou movimentos guerrilheiros de libertação em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.
A 4 de Fevereiro de 1961, deu-se o início da Luta Armada de Libertação contra o colonialismo português em Angola.
No dia 25 de Abril de 1974, com a revolução dos Cravos – movimento liderado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) que derrubou a ditadura em Portugal – o cenário para a independência das colónias se tornou possível.
O governo português iniciou negociações com os três principais movimentos de libertação para formar um governo de transição e a 15 de Janeiro de 1975 aconteceu os Acordos de Alvor, que estabelecia um governo provisório de coalização composto pelos três partidos, a qual deveria perdurar até a proclamação oficial da independência a 11 de Novembro de 1975. Porém, o governo provisório, logo se desintegrou, à medida que aumentavam as animosidades entre os partidos.

GUERRA CIVIL
Após a declaração da independência iniciou-se a guerra civil angolana entre os três movimentos que lutavam pelo controle do País. Cada um deles era apoiado por potências estrangeiras. A União Soviética e Cuba apoiavam o MPLA, a África do Sul apoiava a UNITA e a FNLA contava com o apoio da China, África do Sul e de mercenários portugueses e ingleses.
Depois da morte em 1979 de Agostinho Neto, foi escolhido José Eduardo dos Santos para dirigir o País e o MPLA.
Em 1990, o MPLA abandonou a doutrina marxista-leninista e mudou o regime para um sistema de democracia multipartidária. A UNITA e a FNLA aceitaram participar do novo regime, e em 1992 se realizou as primeiras eleições em Angola, da qual o MPLA venceu.
As eleições de 1992 estiveram em volta de denúncias de fraude eleitoral. E não aceitando os resultados, a UNITA retomou a guerra.
Esta guerra durou até 2002 e terminou com a morte, em combate, do líder histórico da UNITA, Jonas Savimbi. A 4 de Abril de 2002 foi assinado o Acordo de Paz entre os partidos.
Autor
Koffie Luso
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